AGRICULTURA É O ÚNICO SETOR COM SALDO POSITIVO DE EMPREGOS

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  • 31/08/2015 09h11
  • São Paulo

.Brasil fecha 157.905 empregos com carteira assinada em julho, aponta Caged

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados hoje (21) pelo Ministério do Trabalho, no mês de julho, entre os setores de atividade econômica, apenas a agricultura teve desempenho positivo, com geração de 24.465 postos de trabalho. O número foi alcançado, de acordo com o ministério, por motivos sazonais. Segundo o Caged, o resultado é muito próximo da média de 2003 a 2014 para o mês de julho (geração de 24.848 postos de trabalho).

O resultado se mantém pelo quarto mês seguido e é o melhor quoeficiente do período desde 2010. No acumulado do ano, a soma já chega a 7,11%.

.Destaque para a Heveicultura

Nos seringais paulistas o momento é de abertura de novos seringais o que significa criação de novas oportunidades de trabalho.

A oferta de mão de obra tem sido intensa, muito diferente do último ano quando setores como o da construção civil, diminuíram a quantidade de pessoas interessados na sangria.

Muitos produtores relatam que agora o inverso esta acontecendo. Ou seja, sangradores que no passado trocaram a faca de sangria pelos trabalhos na cidade se afugentaram do meio urbano principalmente pelo crescente custo de vida (destaque especial para as contas de energia, água e aluguel) e como o trabalho na seringueira geralmente inclui a moradia na propriedade, o setor esta gerando grande atratividade. 

E esta oferta de mão de obra vem em boa hora já que a atual expansão da cultura deve fazer crescer a demanda por novos sangradores. 

A seringueira é tida como uma das culturas de maior intensidade de uso de mão de obra durante sua exploração, conforme destaca o estudo do Instituto de Economia Agrícola (IEA) .

Este foi um dos destaques da palestra “Custo de produção e rentabilidade da Seringueira no Estado de São Paulo”.  realizada em 12/08, nas dependências da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Jaboticabal a pesquisadora Marli Dias Mascarenhas Oliveira, diretora do IEA destacou a Heveicultura como a cultura de maior taxa de ocupação no campo.

A pesquisadora destcou que a heveicultura demandada 9,7 equivalentes-homens-ano (EHA) a cada 100 hectares colhidos superando a laranja (4,9 EHA) e o que resta da colheita manual da cana-de-açúcar (4,2 EHA)*.

Contudo existem indícios que levam a crer que o número possa ser ainda maior.

No próprio estudo do IEA foram apurados 1 Sangrador para cada 3200 plantas. A densidade de plantas por hectare usada foi de 400. Assim concluí-se que a cada 100ha teremos 40.000 plantas. 

Com 1 Sangrador a cada 3.200 plantas teremos segundo levantamentos do Estudo de Custos um EHA de 12.5 a cada 100ha (40.000/3200 = 12.5).

Note que se ainda somarmos a fração do coletador, tratorista e fiscal o número aumentaria ainda mais.

A heveicultura assim contribui não só com o trabalho no campo mas com toda a economia local gerando renda para os municípios onde é plantada. 

Atualmente o sangrador na região ganha, em média, cerca de 35% do faturamento bruto da produção, aproximadamente R$1300,00 por mês (usando as premissas do estudo e os preços atuais).

Mais um ponto positivo para a heveicultura!

*EHA/100 ha - é a quantidade de força de trabalho demandada por hectare, medida em equivalente-homem-ano por 100 hectares. Ver em PETTI, R.; FREDO, C. E. Emprego formal na cana-de-açúcar. Análises e Indicadores do Agronegócio, v. 4, n. 4, abr. 2009.

Edição: Diogo Esperante


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Diogo Esperante
Gerente de Projetos pós-graduado pela FEA-RP/USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo) atua no setor da Borracha Natural a 8 anos e atualmente integra como Analista de Mercado a Equipe de Gestão do Grupo Hevea Forte (heveaforte.com.br). Além de consultor, gerencia a propriedade familiar Fazenda Morada da Prata no interior de São Paulo e em Minas Gerais. Membro da Câmara Setorial da Borracha Natural Paulista, Diretor de Divulgação da APABOR, Diogo preside o Conselho Deliberativo da mesma instituição e escreve quinzenalmente neste espaço.